sexta-feira, 10 de julho de 2009

Prata da casa

Por conta de um projeto do Laboratório de Práticas Culturais - Leitura e Ensino, passei os últimos dias lendo um pouco do que é produzido aqui, na nossa terra.
Entre os autores, Ivan Borgo, José Augusto Carvalho, Renato Pacheco, e os irmãos Luiz Guilherme e Reinaldo Santos Neves. Deste, li Muito Soneto por Nada, uma coletânea de poemas dedicados a uma única musa, Jose.
Eis um deles, o "34":

Passar por ti, te ver, pra mim é sempre
a mesma coisa: cair na armadilha
que armada levo inclusa em minha mente
e que dispara e que me prende e me obriga
a engolir orgulho e a entregar-me, inerme,
ao bel-prazer da tua mercê ou sanha.
Triste destino o meu: fera em dieta,
dás volta à tua presa sem tocá-la.
É isso que me dana, que me frustra:
correr perigo sem correr perigo,
mudo entregar-me pra saíres surda,
rapinante alheia à própria vítima.
Problema meu: quem manda ser zarolho
sempre que a porra de um amor escolho?

(Reinaldo Santos Neves)

PS: qualquer semelhança é, sim, mera coincidência.

7 comentários:

  1. Ivan borgo não conheço.

    José Augusto Carvalho acho meio chato, aquele Orfã de filha não me agradou e nem consegui terminar de lê-lo.

    Renato Pacheco é bem interessante, parece que ele faz a gente sentir nostalgia de um ES que não existe mais e que a gente nem conheceu.

    Luiz Guilherme deve ser um bom escritor, mas aquele Capitão do fim deixou a dejesar, eu esperava mais.

    Já o Reinaldo é ótimo. Suely , Kitty e a micro-novela A confissão também me fascinaram.(Como ele está quase todo dia na Ufes espero comprar um livro dele e pedir para ele autografá-lo).

    E o Marvilla, por que não está na lista?

    ResponderExcluir
  2. Porque precisava de textos que citassem a cidade de Vitória.

    ResponderExcluir
  3. Quando eu leio alguma obra de autoria capixaba estufo o peito de orgulho. Só de perceber quanta coisa boa tem por aqui, e tem gente que nem vê...rs.

    Pra mim, Reinaldo é o mestre dos autores... mas o Jac também tem seu reinado, sarcástico como ninguém consegue ser - nem mesmo cariocas, paulistas, gaúchos... Me apaixonei pelo Borgo naquele encontro no ano passado e, infelizmente, me arrependi por não ter adquirido o livro que você tem. Mas, acho que ainda li muito pouco de todos eles. E acabo dizendo sempre a mesma frase: eu sou a única fascinada pelo Capitão do Fim!

    O bom é olhar essas nossas riquezas e pensar ambiciosamente que um dia nós poderemos estar numa dessas listas literárias e capixabas e poderosas.

    né?

    ResponderExcluir
  4. É, menina!

    Eu também me orgulho do que se faz aqui, e procuro sempre divulgar.
    Ah, o Reinaldo é um fofo, né? O Jac também e o Ivan, bom, quando Hanne disse "Literatura Capixaba", eu disse "Ivan Borgo".

    E, quanto aos pensamentos ambiciosos, eu vou querer um autógrafo, viu?

    ResponderExcluir
  5. eu também. \o

    Sarah, eu também gosto do Capitão do Fim.

    =)

    ResponderExcluir
  6. Comecei a me interessar mais por Literatura no pré-vestibular quando a professora trabalhou a obra "Muito Soneto Por Nada" em sala de aula. O livro todo me chamou a atenção, mas o que fez com que eu me apaixonasse de vez pela obra foi o poema 34... achei ele fantástico, surpreendente.
    Sou formada em Letras Português pela UFES e é claro, não pude deixar de contemplar essa obra maravilhosa em um dos meus seminários de literatura... Foi um trabalho maravilhoso, cheio de charme e encanto, toda a turma elogiou o grupo e fomos parabenizados por nossa Mestra (Fabíola Padilha) que nos contemplou com nota máxima e com um sorriso instigante nos olhos.
    Nem é preciso dizer que me apaixonei ainda mais pela obra, né... Rsrsr
    Parabéns ao Reinaldo, Parabéns à Jose.

    ResponderExcluir

Obrigada pelo seu comentário! Ele é muito importante para mim.
Beijos.